Vacinas

Você conhece o protocolo de vacinação para os cães?

A maior dúvida na adoção ou compra de um filhotinho, além da alimentação, é com relação a quais as vacinas para seu cachorro filhote.

Quando nasce, o filhote recebe do leite materno uma importante carga de anticorpos, que vai resguardar sua saúde nos primeiros dias de vida. Mas essa ajuda da mãe do pequeno cachorro não dura para sempre. Com o passar das semanas, os anticorpos vão desaparecendo e ele fica exposto aos micro-organismos. A melhor maneira de manter a proteção é com a vacina.

Antes de mais nada, é importante que você entenda para que elas servem.

Produzida a partir das bactérias ou dos vírus atenuados, as vacinas são um método de imunização bastante seguro. Sua forma de ação é simples: induzem o organismo a produzir sua própria defesa em vez de entregá-la já pronta. Por isso, as vacinas de cachorro têm um período de ação prolongado – algumas “duram” mais de uma década. Os efeitos colaterais existem, mas são raros. As reações mais frequentes são febre, edema na região onde foi aplicada e sensação de desânimo.

É importante ressaltar que o cão só pode ser vacinado, seja ele de qualquer idade, se estiver saudável. Cães com problemas de pele, parasitados, desnutridos ou com alguma doença infecciosa em curso não podem ser vacinados.

Portanto, antes de iniciar o protocolo vacinal é necessário vermifugar o filhote com pelo menos 2 doses com intervalo de 15 dias.

Como funciona a vacina de cachorro?

No Brasil, não existe um calendário oficial de vacinação para cachorros. O protocolo mais usado por aqui começa aos 45 dias de vida, com a múltipla canina (V8 ou V10), seguida de duas repetições com um período de 3 ou 4 semanas entre elas. Já a vacina de cachorro antirrábica, ou vacina contra raiva, é feita em dose única dos 4 aos 6 meses. A dose reforço é dada sobretudo no intervalo de um ano. Mas essa programação pode variar muito. Dessa forma, cabe apenas ao médico veterinário recomendar qual o momento ideal da vacinação e contra quais doenças o animal deve ser imunizado.

Pelo costume brasileiro, a vacina de cachorro múltipla e a da raiva devem ter reforço anual durante toda a vida do cachorro. Mas essa indicação é controversa. Embora empresas de aviação e de ônibus só aceitem transportar animais que estiverem em dia com essa tabela de reforços, entidades internacionais, como a WSAVA (Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais), já publicaram recomendações mais modernas há algum tempo.

Vacinas essenciais (recomendadas)

Devem ser dadas para evitar doenças que podem ser fatais, como parvovirose, cinomose e hepatite infecciosa canina.

No Brasil, esse grupo inclui também a raiva, uma zoonose (doença que pode ser transmitida para humanos) de combate nacional. Essas doenças estão contempladas nas vacinas V8 (cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, adenovirose-2, parainfluenza, coronavirose, dois tipos de leptospirose) e na V10 (todas da V8 mais dois tipos da leptospirose), além da vacina antirrábica (vacina contra raiva). Esta última é a única oferecida gratuitamente em campanhas municipais.

Outras vacinas

Sua indicação é avaliada pelo médico veterinário, de acordo com o risco de exposição e também pelo estilo de vida.

As principais são a leptospirose e leishmaniose (elas podem ser essenciais em determinadas regiões e em certas condições), além da “tosse dos canis” (Bordetella bronchiseptica). Esta última doença de cachorro é altamente contagiosa e causada por um complexo de bactérias e vírus, mas não é considerada grave — em geral, os animais se recuperam da doença em até 15 dias. É transmitida pelas gotículas eliminadas na tosse e no espirro dos cães contaminados. Por isso, é muito indicada para animais que frequentam creches, escolinhas e hospedagens ou que participam de exposições ou provas esportivas caninas.

Tem problema atrasar a vacina do cachorro?

A resposta é sim. Isso porque a imunização completa deve ser feita dentro do período recomendado. Caso isso não aconteça, o animal é exposto a diversos riscos que poderiam ser facilmente prevenidos pela vacinação.

Mantenha a carteira de vacinas em dia e acompanhe de perto, com um veterinário, a saúde do seu cachorro. É preciso estar atento aos riscos. Como tem problema atrasar a vacina do cachorro, procure um profissional assim que perceber que as do seu pet não estão em dia. Deixar a vacinação de lado o deixa vulnerável a doenças graves e fatais.

Calendário anual de vacinas de cachorro

V8 ou V10:

  • 1ª dose: 45 dias
  • 2ª dose: de 3 a 4 semanas após a 1ª dose
  • 3ª dose: de 3 a 4 semanas após a 2ª dose
  • Reforço: anual

Raiva:

  • Dose única aos 4 meses
  • Reforço: anual

Tosse dos canis (gripe canina):

  • 1ª dose: junto com a 2ª dose da V10
  • 2ª dose: de 3 a 4 semanas após a 1ª dose
  • Reforço: anual

Leishmaniose:

  • 1ª dose: a partir de 4 meses
  • 2ª dose: 3 semanas após a 1ª dose
  • 3ª dose: 3 semanas após a 2ª dose
  • Reforço: anual

Leptospirose:

  • 1ª dose: a partir de 12 semanas
  • 2ª dose: 3 semanas após a 1ª dose
  • Reforço: a cada 6 meses (em áreas de risco) ou anual (fora das áreas de risco)

Giardíase:

  • 1ª dose: junto com a 2ª dose da V10
  • 2ª dose: de 3 a 4 semanas após a 1ª dose
  • Reforço: anual

Resumindo: o protocolo vacinal geral compreende 3 doses da v10, 1 dose da anti-rábica, 2 doses da vacina da gripe canina e 2 doses da giárdia (nunca esquecer do reforço anual mesmo nos cães idosos).