Mordida de Cachorro: O que Fazer? Como Cuidar?
Todos nós sabemos que o Brasil está entre os 5 primeiros no ranking de animais de estimação. Estima-se que há aproximadamente 52,2 milhões de cães no Brasil, segundo o IBGE.
Dessa forma, o risco de acidentes por mordedura é bem grande, tanto com seus próprios animais ou com outros (da rua, de parentes, de outras pessoas, etc).
Segundo uma reportagem do portal Terra, mais de 500 pessoas são atacadas por cães anualmente. Esse número é incerto, pois não sabemos o número real, já que muitas pessoas não procuram o atendimento médico após esses acidentes, o que nos faz pensar que o número de ataques pode ser bem maior que isso. Além disso, a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Brasil não dispõe de dados sobre ataques de cães, assim como a Brigada Militar. Não há padronização nas ocorrências policiais. Uma mordida pode aparecer como lesão corporal ou até tentativa de homicídio.
O que fazer ao ser mordido? Como tratar a mordida? Quais os primeiros socorros?
A primeira medida a ser tomada após a mordida de cachorro, é lavar a ferida imediatamente com água e sabão (em casos onde a lesão não foi tão profunda e que não exista sangramento em excesso).
Em casos mais graves, onde existe muito sangramento, possível esmagamento do local e perfuração profunda, a melhor atitude é conter o sangramento com um pano limpo e procurar imediatamente atendimento médico.
Já os casos não tão graves, a procura do atendimento médico também se faz necessária, assim que puder, mas não tem tanta urgência (isso não quer dizer que você não deva ir).
Uma outra medida a se tomar é a observação, por pelo menos 15 dias, do cão que atacou.
Se ele for seu, de algum amigo, parente ou vizinho, fica mais fácil, pois tem como saber o histórico desse animal (se ele é vacinado, principalmente contra raiva, se está vermifugado, se está saudável, se está em tratamento para alguma doença, ou se o mesmo começa a ter algum sintoma de doença, no qual deve ser levado ao médico veterinário para diagnosticar). Assim você saberá informar ao seu médico o que está acontecendo para que ele tome os devidos cuidados com você também.
Se o cão for de rua ou de um tutor desconhecido, essa informação deverá ser levada também ao seu médico para que medidas de prevenção sejam tomadas.
O que acontece depois da mordida de cachorro? Ela pode transmitir doenças?
Nos casos onde as lesões forem superficiais, os sintomas iniciais são: dor no local, edema (inchaço), aparecimento de hematomas, eritema (vermelhidão) devido a inflamação do local e em alguns casos até hipertermia local (aumento da temperatura ao redor da lesão).
Em casos mais graves, além desse sintomas citados acima, os sintomas que podem vir a aparecer vão depender da gravidade da lesão, da profundidade da mordida e do local.
No geral, pode haver a presença de pus, sangramento reincidente, e em casos muito graves, principalmente se o cão que atacou é de porte grande (em que sua mordida é muito mais forte) pode haver ruptura de tendões, dilaceração muscular e até fratura de ossos.
Várias doenças podem ser transmitidas devido ao grande número de bactérias na saliva do animal, entre elas:
- Staphylococcus sp.: podem ocasionar dermatose bacteriana, infecciosa e contagiosa, furúnculo e abcessos na pele;
- Neisseria sp.: se essa bactérica tingir o sistema circulatório, ela pode causar doença meningocócica;
- Escherichia coli: é uma enterobactéria, portanto ela é uma bactéria natural da flora intestinal, mas quando migra de alguma forma para outro sistema, ela pode causar infecções intestinais e urinárias (principalmente em mulheres);
- Clostridium tetani: bactéria causadora do Tétano, que causa dificuldade de deglutição e rigidez muscular;
A doença mais comum, que pode ser transmitida pela mordida de um cão, é a raiva, uma doença viral causada por vírus da família Rhabidoviridae, que causa sintomas neurológicos agudos como a hidrofobia e entre outros. Se a pessoa não for socorrida a tempo, pode resultar em óbito.
Por fim, podemos ver então que a convivência com os cães em nossa sociedade pode trazer riscos à nossa saúde, dessa forma devemos agir com cautela e prevenção.
Precisamos ter cães cada vez mais sociáveis, para que haja o menor número de incidentes possível. Adicionalmente, devemos também tomar as vacinas recomendadas para que estejamos prevenidos e para que possamos minimizar os efeitos de uma eventual mordida.